quarta-feira, agosto 07, 2013

Tudo sobre as regiões francesas - Bourgogne - Parte 43 - Sub-Região Côte de Beaune - AOC Bourgogne-Hautes-Côtes-de Beaune Rosé e Clairet





A AOC Bourgogne-Hautes-Côtes-de Beaune Rosé e Clairet são duas AOCs regionais, na mesma área da AOC Hautes-Côtes-de-Beaune, usada para classificação dos vinhos rosés. 
Dos 755 hectares da AOC, 600 são dedicados aos tintos e rosés.
Os solos são de marga e calcário.
Os rosés são frescos, leves, com aromas de cereja e framboesa.
Muitas vezes, nos vinhos mais complexos, aparecem notas de café e avelã.
Devem ser consumidos jovens, enquanto a principal caracteristica de frescor e fruta estão bem vivas.
Sempre são elaborados com a Pinot Noir.
A diferença entre o rosé e o Clairet esta na ICM, que é a medida de intensidade de cor.
Na prática, é o tempo de maceração (menos de 24 horas para os rosés e cerca de 4 dias para os Clairets) que define a classificação.
Nos rosés se busca uma acidez mais marcante, com os produtores optando muitas vezes por colher os vinhos um pouco mais cedo do que colheriam no caso dos tintos.
Os clairets são mais opulentos, mais untuosos e mais encorpados.
Normalmente são mais produzidos em Bordeaux e raros na Borgonha.

O Vinho e a Pintura - Tomas Fedro - 9

Título: Simple Wine

terça-feira, agosto 06, 2013

Tudo sobre as regiões francesas - Bourgogne - Parte 42 - Sub-Região Côte de Beaune - AOC Bourgogne-Hautes-Côtes-de Beaune



A AOC Bourgogne-Hautes-Côtes-de Beaune ocupa as encostas e plateaux de uma parte da Côte d'Or com vinhedos plantados em altitudes que variam entre os 350 e 500 metros. 
São 755 hectares.
Os solos são compostos de calcário e marga.
A temperatura varia bastante entre os vinhedos plantados no vale e os plantados nas partes mais altas das encostas, por isso, as colheitas são feitas em dias diferentes.
São produzidos cerca de 37 500 hectolitros por ano, entre brancos, tintos e rosés.
80% são tintos de Pinot Noir.
São vinhos com aromas de frutas vermelhas, como morango, groselha e framboesa e com boa persistência e elegância.
Harmonizam com carnes grelhadas, vitela, cordeiro e pratos não muito condimentados, com excessão do curry que vai muito bem com esses vinhos.
Os brancos de Chardonnay (raramente usam Pinot Blanc ou Pinot Gris), mostram aromas de flores brancas e frutas cítricas.
Harmonizam bem com escargots, peixes e legumes grelhados.
Os rosés contam com duas AOCs próprias Bourgogne rosé ou Bourgogne clairet.

O enólogo Rui Reguinga e o chef Rafael De Cara. Uma harmonização perfeita entre vinhos alentejanos e comida italiana. Isso mesmo...




Encontrei com o Rui Reguinga num jantar harmonizado no restaurante Pasta d'Autori - Cucina Originale.
Ele apresentou os alentejanos Terrenus e Pedra Basta, harmonizado com perfeição e ousadia com os pratos elaborados pelo chef Rafael De Cara.



Ousadia porque ele apresentou pratos italianos que lembram receitas tradicionais portuguesas.
Pra começar: Vieira.



Harmonização perfeita com o Terrenus Branco 2010 (115 Reais).
O Vinho é elaborado com vinhas velhas de um lote plantado com variedades misturadas, como é tradiconal em Portugal e hoje chamado de Field Blend.
As variedades principais são Arinto, Fernão Pires e Roupeiro.
O vinho é fresco, com notas florais e minerais e elegante na boca.



A vieira conversou bem com ele. Ficaram na mesma altura, um complementando o outro, sem nenhuma aresta.
Passamos para o Bacalhau.



Que ousadia do Chef!!!
Servir um bacalhau com Polenta para um português!!!
Agradou em cheio.
A posta perfeita, bem dessalgada, com bom azeite, gratinado, crocante...



A harmonização foi à moda portuguesa com o tinto Pedra Basta 2008.
É uma tradição em Portugal, mas já tentei várias vezes harmonizar diversos tipos de bacalhau com Brancos e Tintos e os Brancos que passam por barrica, normalmente se saem melhor.
Mas em questão de corpo e intensidade a harmonização valeu.



O Tinto Pedra Basta 2008 (93 reais) é um vinho moderno, com a Cabernet Sauvignon entre as tradicionais Aragones, Trincadeira e Alicante Bouschet.
Um vinho complexo, elegante, bem equilibrado.
Aromas de frutas vermelhas e um toque mineral que deixa o paladar limpo, direto.



A ousadia do Chef rondou mais um prato português, mas com a tradição italianíssima do risoto.
O Risoto de Pato, poderia ser um Arroz de Pato para agradar o orgulho português, mas se o restaurante é italiano, foi uma oportunidade para mostrar como se faz um belo risoto.
O prato tinha pela frente, nada menos do que o Terrenus Reserva 2007 (265 Reais), um vinho impecável.
Na fórmula, vinhas velhas, enólogo competente, 1 ano em barricas francesas de qualidade e o terroir alentejano.
Vinho complexo, com notas que vão das frutas vermelhas e negras, passam por notas minerais e terminam com notas de couro, tabaco e um toque de chocolate.
Na boca tem uma elegância incrível.
Final longo com notas de café.
Deve melhorar com mais tempo em garrafa.
Eu arriscaria de 5 a 10 anos.
O Risoto?
Ahhh o risoto casou com o vinho como goiabada com queijo.
Perfeito!
Conversei com o Rui Reguinga.
Um cara que rompeu as fronteiras portuguesas desde o primeiro vinho, que foi uma Champagne.
Trabalhou no Brasil, trabalha na Argentina, vai trabalhar na India e trabalha nas principais regiões portuguesas.
Veja a entrevista:




Pra terminar, sobremesa de chocolate, com vinho do Porto. Isso dispensa comentários.



Os vinhos Terrenus e Pedra Bata são importados pela Hannover - http://www.hannovervinhos.com.br/

segunda-feira, agosto 05, 2013

Jane prado tem uma dica que pode agradar Gregos e Troianos. Tem cerveja, vinho e comidinhas variadas.




Esta história de escrever sobre restaurantes, lugares legais ou ocasiões que possam envolver o vinho de alguma maneira está me obrigando a ter algum tipo de programa bacana pelo menos uma vez por semana.



Conheci um lugarzinho na Vida Madalena super aconchegante, o Twelve Bistro. 
Além de ter uma comida muito saborosa, o astral do lugar é super contagiante.



Acabei pedindo vinho em taça, porque minhas amigas não quiseram me acompanhar e por isso não precisei pensar. 



Para taças só havia uma opção de vinho branco e uma opção de vinho tinto, mas dei uma olhada no geral e a carta até que estava bem interessante, apesar de compacta.



Gosto de lugares que deixam a adega visível, assim temos certeza de que o vinho está bem armazenado.
Pedimos hamburguer de fraldinha (vazio) com cogumelos, gorgonzola, pimenta verde e aioli.



Nhoque de queijo com salada.





Bife de hamburguer de fraldinha com salada da casa.



Tudo parecia bem saboroso, e o meu realmente estava.
Mas o mais gostoso mesmo foi estar com duas amigas, num daqueles momentos especiais de terapia em grupo que eu, além de adorar, sempre preciso.
Santé!

Tudo sobre as regiões francesas - Bourgogne - Parte 41 - Sub-Região Côte de Beaune - AOC Blagny



Desde 1937, a AOC Blagny é uma appellation Villages da Côte de Beaune.
Fica na aldeia de Puligny, entre os vinhedos de Puligny-Montrachet e Meursault.
São apenas 5 hectares que podem usar a inscrição AOC Blagny nos rótulos.
A produção anual é de cerca de 200 hectolitros por ano, somando brancos e tintos.
Os solos de marga ficam em altitudes ue variam entre 340 e 400 metros de altitude.
As variedade utilizada é a Pinot Noir.
Blagny é uma ilha de tintos numa região de brancos.
Tem sete vinhedos classificados como Premiers Crus: Hameau de Blagny, La Garenne ou Sur la Garene, La Jeunellotte, La Pièce sous le Bois, Sous Blagny, Sous le Puits e Sous le Dos d'Ane (o mais importante).
Os tintos são bastante frutados (morango, groselha, cassis, amora). Quando mais maduros apresentam notas de couro, pimenta, cacau e alcaçuz.
Na boca são concentrados, melhoram com o tempo em garrafa (4 a 10 anos dependendo do produtor).
Harmonizam bem com carnes grelhadas, aves e carnes de caça.
A concentração dos vinhos, favorecem também a harmonização com pratos temperados e exóticos.

Giulieta tem 100 anos para reencontrar Marcello




Giulieta andava pra cima e pra baixo dando ordens para todos, enquanto o sol escaldante da Sicilia esquentava os miolos dos trabalhadores.
A colheita já não é fácil normalmente, mas com uma voz fina atordoando todo mundo é muito, muito pior!
Só não é insuportável porque Giulieta é linda.
Maravilhosa...
Alguns até fazem questão de trabalhar na colheita de Giulieta.
Marcello por exemplo, vem todos os anos; trabalha, se diverte, namora Giulieta, ela manda ele embora e no ano seguinte a história se repete.
Impressionante os olhos verdes de Giulieta.
Os cabelos negros encaracolados, os lábios, o rosto bronzeado e o corpo.
Ah, o corpo!!!
Pelo menos, a perfeição não precisa de nenhuma narrativa. É perfeito e pronto.
O temperamento dela é algo raro.
É uma mulher, mas trata os homens como eles costumam tratar as mulheres.
Sai, beija, aproveita e depois despacha, um a um.
Quer mesmo é curtir.
O que ela não esperava era a conversa com Marcello.
Ele esperou o jantar para chamar Giulieta de canto e ter uma longa conversa.
Disse que os 10 dias que passavam juntos a cada ano eram inesquecíveis, a próxima colheita era esperada, com direito a rabiscos no calendário e muita ansiedade.
Ela tinha aquele jeito, mas era inegável que Marcello era especial...
Conversaram, passaram as noites juntos, conversaram mais e assim foi.
Foram 10 dias e nenhuma decisão.
Na despedida Marcello prometeu não voltar mais.
Deu o seu endereço, telefones, tudo que era possível.
Depois do beijo disse:
"Cada vez que parto morro um pouco. Já morri por 7 colheitas, acho que basta...
Vou te esperar por 100 anos!
Passando isso, levo minha vida em frente!"


Vinha Grande - Douro 2022 - Casa Ferreirinh

Cereja, bergamota, violeta...  na boca tem corpo médio, taninos macios, sensação de frescor, sabor repetindo o nariz, mas com um toque de e...