domingo, agosto 18, 2013

O Vinho e a Pintura - Terry Rodgers - Em mais uma obra do realismo picante - Título: Geometries of Innocence.


Entrevista especial com o pioneiro Adolfo Lona

Claro que, o termo pioneiro deve ser usado para os italianos que se instalaram em diversos pontos do Brasil, para produzir vinhos, principalmente na Serra Gaúcha.
Adolfo é um dos pioneiros dos vinhos de qualidade no Brasil.
Um pioneirismo tão importante quanto o dos produtores que pensaram pela primeira vez na produção de vinhos no Brasil.
O argentino Adolfo Lona chegou em janeiro de 1973, quando produzir vinhos de qualidade no Brasil era bastante difícil.
Nessa entrevista especial, gravada no fantástico restaurante Aprazível, no Rio de Janeiro, ele explica porque:



A entrevista tem ainda duas partes, uma sobre a importância das empresas estrangeiras que chegaram para produzir vinhos no Brasil.

sábado, agosto 17, 2013

Tudo sobre as regiões francesas - Bourgogne - Parte 49 - Sub-Região Côte-de-Beaune - AOC Chorey-lès-Beaune



A AOC Chorey-lès-Beaune é uma denominação principalmente para vinhos tintos elaborados com as uvas de 130 hectares de vinhedos.
Os solos são de aluvião, cascalho, marga e calcário.
A produção anual é de cerca de 5 800 hectolitros.
São tintos elegantes e uma pequena parcela de brancos bastante frutados.
Sempre com a Chardonnay e a Pinot Noir.
A localização dos vinhedos e o micro-terroir, evitam que os vinhedos sofram com o stress hídrico, dando vinhos mais leves e frutados.
Normalmente esses vinhos apresentam os aromas típicos da Pinot Noir com as frutas vermelhas, com domínio da cereja.
Na boca os taninos são finos e sedosos.
São vinhos que envelhecem bem e na evolução, mostram notas de geléia de morango, pão de especiarias, gengibre ou couro nas melhores safras
Os raros brancos da AOC mostram aromas de flores brancas, avelã e citronela.

Com tempo em garrafa, ganham untuosidade e persistência.

O Vinho e a Pintura - A arte picante de Terry Rodgers


Título: The Clarity of Singular Transformation

Como escolher uma cerveja? Por Alessandro Pinesso*

A variedade de rótulos e preços pode confundir quem está começando a se aprofundar no universo cervejeiro. Há alguns anos, quando tudo o que havia era cerveja industrial, era fácil, pois as opções eram escassas. Agora, felizmente, a coisa ficou bem mais complicada e saborosa.
Nos supermercados, será muito difícil obter orientações. Algumas lojas têm especialistas de plantão na seção de vinhos, mas nunca vi isso no setor de cervejas. Para isso, será necessário ir a uma loja especializada ou empório ou, se preferir, comprar pela internet, há vários sites de venda e até mesmo clubes, onde o associado paga uma taxa mensal fixa e recebe um lote de garrafas com periodicidade mensal. Nos bares especializados, os funcionários podem orientar na escolha.

Ler a respeito ajuda bastante, mas o principal mesmo é degustar. Só assim você poderá, aos poucos, criar seu repertório de rótulos e estilos favoritos. Mesmo assim, é sempre bom arriscar um pouco, sair da zona de conforto e procurar expandir seus horizontes.
Nem sempre uma cerveja importada ou cara será garantia de sucesso na sua degustação. Além do gosto pessoal e das características de cada uma, a cerveja pode sofrer muito com o transporte e armazenamento inadequado. Sempre verifique a data de validade da cerveja, caso falte um mês ou menos para o vencimento, melhor escolher outra, a não ser que esteja com preços promocionais, daí o risco é menor.
No geral, podemos dizer que as cervejas belgas são mais encorpadas e aromáticas, com baixo amargor, com exceção das witbier, cervejas de trigo que geralmente levam raspas de casca de laranja Curaçao e sementes de coentro, um estilo leve e refrescante. Há ainda aquelas de fermentação espontânea, dos estilos gueuze e lambic (leia texto publicado neste blog em 20 de junho aqui: http://www.papodevinho.com/2013/06/a-tradicao-belga-das-cervejas-lambic-de.html), mais ácidas, azedas, com características que rementem aos espumantes. Os belgas são mestres na adição de ingredientes inusitados no preparo de suas cervejas.
Já as alemãs são produzidas apenas com água, malte, lúpulo e levedura, seguindo a Lei de Pureza de 1516, até hoje em vigor. As claras são mais focadas no malte, com amargor pouco pronunciado e lúpulo floral, em estilos como German Pilsener, Helles, Oktoberfest, Märzen, Kölsch, entre outros. As escuras são mais tostadas e o amargor é geralmente oriundo desta característica, tais como Schwarzbier, Dunkel, Bock, Doppelbock. Numa outra chave, as cervejas de trigo, Weissbier ou Weinzenbier, turvas, com aroma e sabor de cravo e banana pronunciados. A popular Pilsen da República Checa se parece com a alemã, mas o lúpulo Saaz, mais aromático, se destaca no conjunto, além da coloração, dourada.
Os ingleses produzem estilos diversos, alguns bem potentes e alcoólicos, como Barley Wine (leia o texto de 5 de julho aqui: http://www.papodevinho.com/2013/07/barley-wine-estilo-cervejeiro-para-os.html), Russian Imperial Stout e algumas India Pale Ale. A maioria, contudo, se encaixa nas categorias Pale Ale e Bitter, com coloração âmbar a castanha, pouco álcool e bom equilíbrio entre malte e lúpulo. Nas escuras, encontramos estilos como Porter e Stout (popularizado em todo o mundo graças à irlandesa Guinness), com forte tostado.
Os norte-americanos são os iconoclastas do momento, modificando estilos clássicos e produzindo rótulos com as variedades locais de lúpulo, bem mais intensas e aromáticas que as europeias. São recomendadas para quem já tenha experimentado cervejas especiais, pois, num primeiro contato, podem espantar os desavisados. As cervejarias artesanais brasileiras variam muito, alguns se mantêm fieis aos estilos tradicionais europeus, outros preferem a liberdade da escola norte-americana. No geral, estamos progredindo bastante, em quantidade de rótulos e também na qualidade da bebida.
Este é apenas um apanhado geral, pois o assunto é extenso. Portanto, em sua próxima visita ao supermercado, bar ou empório, não tenha medo do desconhecido e prove uma cerveja diferente.

*Alessandro Pinesso é sommelier de cervejas formado pela Associação Brasileira de Sommeliers (ABS) e Association de la Sommellerie Internationale e Mestre em Estilos Cervejeiros pelo Instituto da Cerveja Brasil, associado ao Brewers Association dos EUA.

E-mail: pinesso@gmail.com

sexta-feira, agosto 16, 2013

Lona guardou o tesouro por mais de 20 anos. Uma vertical do Baron de Lantier para a história dos vinhos do Brasil


Era um vinho que custava cerca de 50 reais, nos anos 90.
Era um dos poucos vinhos de um mercado pobre e com raras opções.
Se hoje existe preconceito contra o vinho brasileiro, nos anos 90 era muito pior.
Acontece que, uma safra histórica em 1991, na Serra Gaúcha, produziu raridades.
Uma delas, talvez a maior, elaborada pelo mestre Adolfo Lona.
Provei as safras 1991, 1992, 1993, 1994, 1995 e 1996.
Quem fala sobre o Baron de Lantier é o próprio Adolfo Lona:



Outra vez, começamos a prova com os vinhos mais novos, chegando ao fim com o mítico 1991.
O 96 tinha a cor viva, sem reflexos alaranjados, boa concentração. Só o halo mostrava alguma coisa e isso foi igual em todos os vinhos.
Vinho com notas de geleia de frutas negras, fumaça, tabaco...
Na boca tem acidez, tem taninos bem finos, maciez e elegância.
O final é longo.
90 pontos.

O Baron de Lantier Cabernet Sauvignon 95 estava parecido com o 96, mas junto com as notas de frutas vermelhas bem maduras, mostrava notas de couro, cacau e cereja.
Na boca é um vinho muito elegante e vivo. Com acidez e taninos em perfeito equilíbrio.
90,5 pontos

O 94 mostrou logo no início uma nota metálica, que desapareceu com o surgimento de notas de café e azeitona preta, junto com as frutas que ainda estavam bem presentes no vinho.
Na boca é um vinho bem equilibrado, e, assim como os outros todos, não tem jeito de vinho velho, está realmente vivo.
90 pontos.

O 93 tinha boa intensidade no nariz, frutas negras, cassis, café, chocolate...
Na boca o café se repetia, algumas notas de alcaçuz e um final maravilhoso.
91 pontos.

O 92 mostrava um pouco mais evolução na cor, mesmo assim era só um halo bem suave.
No nariz ainda mostrava frutas e um toque animal.
Na boca acidez, taninos, geleia de frutas negras, elegância, equilíbrio.
91 pontos.

O 91 como esperado, foi a grande estrela da noite.
Às cegas, poderia tranquilamente estar ao lado de bons franceses da mesma idade.
Um vinho fino, elegante...
Notas de couro, cereja, azeitona preta, cassis, alcaçuz...
Na boca os taninos macios, a acidez bem presente, as notas de chocolate, café.
Longo.
Um super vinho!
93 pontos.

No dia seguinte, saí do Rio de Janeiro satisfeito, com esperança de repetir a dose no próximo ano, e que alguém encontre esses vinhos (principalmente o 1991), para que seja provado pelo próprio criador.
Na década de 90, éramos felizes e nem imaginávamos...
Amanhã, a primeira parte de uma entrevista com o Adolfo Lona, aqui no Papo de Vinho.

Tudo sobre as regiões francesas - Bourgogne - Parte 48 - Sub-Rgião Côte-de-Beaune - AOC Chevalier-Montrachet





A AOC Chevalier-Montrachet fica ben ao lado de Puligny, numa continuação de  Montrachet. 
São produzidos 320 hectolitros de vinhos brancos com a classificação Grand Cru, de altíssima reputação em vinhedos de apenas 7,36 hectares. 
O lote fica em altitudes que variam de 265 e 300 metros, com um desnível de 20%, n'as encostas. 
Solo calcário com muito boa drenagem e exposição sul e sudeste.
A Chardonnay se desenvolve com perfeição.
Os vinhos são impecáveis, finos e elegantes.
Na juventude, se destacam os aromas verdes de samambaia, mas com tempo em garrafa (são vinhos de guarda) os vinhos ganham muita complexidade e notas minerais, frutadas e muita elegância na boca.

Vinha Grande - Douro 2022 - Casa Ferreirinh

Cereja, bergamota, violeta...  na boca tem corpo médio, taninos macios, sensação de frescor, sabor repetindo o nariz, mas com um toque de e...