sábado, setembro 08, 2012

Nova Classificação de Saint-Emilion coloca Château Pavie e Château Angélus entre os Premiers Grands Crus Clssés A. Veja a lista completa dos promovidos



Aprovado pela Comissão de Classificação dos Crus da AOC Saint-Emilion Grand Cru, uma nova lista de vinhos no primeiro escalão da qualidade.
A lista foi atualizada depois de 1 ano e meio de trabalho de supervisão da Comissão de Classificação e do INAO Institut National de l'origine et de la qualité.
A classificação sera composta de 82 crus classés dos quais 18 premiers grands crus classés e 64 grands crus classés.
4 premiers grands crus classés terão a distinção A : château Angélus, château Ausone, château Cheval-Blanc e château Pavie.
Pavie e Angélus foram promovidos.
Para entrar em vigos a classificação deve ser homologada e publicada no diário oficial da República Francesa, assinada pelos ministros da Agricultura e da Econômia.
Veja a lista com os novos classificados em destaque:

Premiers Grands Crus Classés A
Château Angélus (A)
Château Ausone (A)
Château Cheval Blanc (A)
Château Pavie (A)
 
Premiers Grands Crus Classés
Château Beauséjour (héritiers Duffau-Lagarrosse)
Château Beau-Séjour-Bécot
Château Bélair-Monange
Château Canon
Château Canon la Gaffelière
Château Figeac
Clos Fourtet
Château la Gaffelière
Château Larcis Ducasse
La Mondotte

Château Pavie Macquin
Château Troplong Mondot
Château Trottevieille
Château Valandraud

Grands Crus Classés
Château l’Arrosée
Château Balestard la Tonnelle
Château Barde-Haut
Château Bellefont-Belcier
Château Bellevue
Château Berliquet
Château Cadet-Bon
Château Capdemourlin
Château le Chatelet
Château Chauvin
Château Clos de Sarpe
Château la Clotte
Château la Commanderie
Château Corbin
Château Côte de Baleau
Château la Couspaude
Château Dassault
Château Destieux
Château la Dominique
Château Faugères
Château Faurie de Souchard
Château de Ferrand
Château Fleur Cardinale
Château La Fleur Morange
Château Fombrauge
Château Fonplégade
Château Fonroque
Château Franc Mayne
Château Grand Corbin
Château Grand Corbin-Despagne
Château Grand Mayne
Château les Grandes Murailles
Château Grand-Pontet
Château Guadet
Château Haut-Sarpe
Clos des Jacobins
Couvent des Jacobins
Château Jean Faure
Château Laniote
Château Larmande
Château Laroque
Château Laroze
Clos la Madeleine
Château la Marzelle
Château Monbousquet
Château Moulin du Cadet
Clos de l’Oratoire
Château Pavie Decesse
Château Peby Faugères
Château Petit Faurie de Soutard
Château de Pressac
Château le Prieuré
Château Quinault l’Enclos
Château Ripeau
Château Rochebelle
Château Saint-Georges-Cote-Pavie
Clos Saint-Martin
Château Sansonnet
Château la Serre
Château Soutard
Château Tertre Daugay (Quintus)
Château la Tour Figeac
Château Villemaurine
Château Yon-Figeac

quinta-feira, setembro 06, 2012

Regiões Vinícolas de Portugal - Lisboa


A região de Lisboa talvez seja a mais francesa de Portugal, se pensarmos nas variedades cultivadas.
Mesmo assim prediminam as variedades locais como as brancas: Arinto, Fernão Pires, Malvasia, Seara-Nova e Vital; e as tintas Alicante Bouschet, Aragonez, Castelão, Tinta Miúda, Touriga Franca, Touriga Nacional e Trincadeira.
As francesas que se transformam em ótimos vinhos na região de Lisboa são: Chardonnay, Cabernet Sauvignon e Syrah.

Lisboa é dividida em 9 sub-regiões: Encostas de Aire (inclui Alcobaça e Ourem), Lourinhã, Óbidos, Torres Vedras, Alenquer, Arruda, Colares, Carcavelos e Bucelas.
Os vinhedos mais próximos ao mar e as colinas da região, sofrem forte influência atlântica, enquanto vinhedos plantados no interior, ficam protegidos da influência maritima e têm clima mediterrânico de transição.
Os solos são argilo-calcários e argilo-arenosos.
Destaco as sub-regiões de Bucelas e Colares.
Bucelas para os brancos elaborados com a Arinto, com incrível potêncial de envelhecimento.
Colares apresenta vinhos interessantes com a variedade Ramisco, plantada bem perto do mar em solos arenosos.

quarta-feira, setembro 05, 2012

Regiões Vinícolas de Portugal - Alentejo



O Alentejo é uma das principais regiões vinícolas de Portugal, pela qualidade, pela produção e pelos diversos terroirs que produzem vinhos de grande personalidade e elegância.

Dentro do Alentejo, existem 8 sub-regiões: Portalegre, Borba, Évora, Redondo, Reguengos, Granja-Amarela, Vidigueira e Moura.
O relevo é suave e plano em quase toda a denominação, quase porque ao norte tem a Serra de São Mamede, região mais fresca, perto de Portalegre, onde se produz vinhos com boa complexidade.
Os solos são de xisto, argila, mármore, granito e calcário, alternadamente.
O clima é mediterrânico, quente e seco, com forte influência continental.
Assim como em outras regiões de Portugal, Alentejo é um mundo de variedades. Com destaque para as brancas: Arinto, Roupeiro e Antão Vaz e as tintas: Alfrocheiro, Alicante Bouschet, Aragonez, Castelão e Trincadeira.
Também existem outras variedades menos conhecidas como as brancas: Rabo de Ovelha, Diagalves, Manteúdo e Perrum, e as tintas: Tinta Caiada, Tinta Grossa e Moreto.

Nelma mostrou a Bahia na Alsácia...


Ventava forte e as coisas iam caindo e fazendo aquele barulho característico de começo de um temporal.
Nelma, ou como eles diziam por lá Nelmá, nem se mexia.
Olhava para o computador e conversava em um tom bem acima do vento ou dos galhos e objetos que voavam.
Jérôme tinha uma admiração inabalável por Nelma.
Ela cuidava de Madame Martha há mais de 10 anos.
A Mãe de Jérôme era uma alemã cheia de vida, cheia de carinho, histórias e generosidade.
Para cuidar da mãe, Jérôme pediu referências, foi a agências de emprego e passou meses procurando. Até que depois da colheita, percebeu que aquela baiana forte (para não dizer gorda), risonha e de uma simpatia ímpar era a pessoa certa.
Fez a proposta e Nelma nem acreditou.
Passava férias pagas pelos filhos e se enfiou numa colheita.
Quando preparava a volta pra casa veio o convite:
- Fica! Te dou um bom salário, uma casa e uma familia.
Vida simples, no campo. Era um sonho para ela.
A proposta seria absurda para outra pessoa, não para a baiana Nelma.
Ela que criou 5 filhos sem marido.
Filhos que nasceram e cresceram numa favela em Salvador com os olhos fixos em um futuro melhor.
A essa altura, Nelma pode fazer o que quiser!
O último trabalho como baiana do acarajé era só um hobby.
Reconhecem cada prato de comida servido e cada centavo conseguido para compra de livros, uniformes e cursos.
O orgulho de Nelma é enorme.
A fala mansa logo encantou a família de Jérôme.
O jeito simpático, sorridente e otimista chega a ser um escândalo por aqueles lados da Alsácia.
Quando ela parou de gritar diante do computador, pegou a bolsa e saiu no meio do temporal.
Jérôme desconfiou.
O mistério atravessou o inverno, passou pela primavera e quando as uvas já estavam quase maduras Jérôme começou a entender que não eram nem filhos e nem noras que falavam com Nelma pelo Skype.
Mal falou em contratar os temporários para a colheita Nelma veio com a sugestão:
Tenho um amigo baiano, alto, forte...
Aquilo despertou ainda mais a curiosidade de Jérôme que aceitou na hora.
Os dez anos em contato com a língua portuguesa fizeram que Jérôme entendesse muita coisa, mas naquele dia quando bisbilhotava a conversa, o proveito foi zero.
- Cabeça de gelo meu rei... Monsieur Jérôme é Pedra 90!
Para não dizer que o proveito foi zero, Jérôme entendeu o nome dele, mas isso significava muito pouco.
Chegou a procurar em dicionários, mas não conseguia escrever o Pedra 90.
Chegou o dia da colheita e Luís se apresentou.
Era realmente um negro alto, forte e bem humorado.
De fala mansa como Nelma.
A noite pela fresta da janela, Jérôme via a festa dos trabalhadores da colheita com Nelma e Luís abraçados sem nenhuma cerimônia.
No dia seguinte com La Puce à l'Oreille Jérôme perguntou direto.
Como um jab de Muhamed Ali: Madame Nelma, qu'est ce que c'est Cabeça de Gelo, Pedra 90???
Nelma caiu na risada, Luís chegou a chorar de rir.
Com um francês impecável de quem aprendeu também falar o alemão além de toda a sabedoria trazida da Bahia, Nelma explicou que cabeça de gelo era cabeça fria, calma tranquila.
Pedra 90 era uma antiga expressão que tinha saído do jogo de tombola e invadido a cabeça dos jovens de 4 ou 5 décadas passadas.
Na tombola, um saco tem 90 pedras e a 90 é a mais valiosa.
Quando percebeu que tinha sido elogiado de forma tão original, Jérôme não sabia se ria ou se chorava de emoção.
Os dois deram a notícia que iriam se casar e que os filhos viriam para a festa.
Ela nem cogitou em deixar dona Martha sozinha, mas Jérôme se adiantou: Luís, você vai ser o melhor viticultor da Alsácia...
Mal os vinhos entraram nos cascos, a Alsácia virou Bahia.
No casamento de Dona Nelma, teve samba, axé e acarajé.

Vinha Grande - Douro 2022 - Casa Ferreirinh

Cereja, bergamota, violeta...  na boca tem corpo médio, taninos macios, sensação de frescor, sabor repetindo o nariz, mas com um toque de e...